O segundo domingo de maio carrega, há quase um século, um simbolismo que ultrapassa flores e almoços em família. No Brasil, a data foi oficializada há 92 anos por iniciativa do então presidente Getúlio Vargas, atendendo ao apelo de movimentos femininos e religiosos que viam na celebração uma forma de valorizar a figura materna. O gesto, entretanto, ecoava uma tradição já firmada em outros países, sobretudo nos Estados Unidos.
A origem da efeméride remonta ao início do século XX. Em 1910, o estado da Virgínia, nos EUA, instituiu oficialmente o Dia das Mães, impulsionado pela atuação incansável de Anna Jarvis. Motivada pela memória da mãe, Ann Maria Reeves Jarvis — falecida em 1905 —, Anna dedicou cinco anos à promoção da data como homenagem ao legado materno.
Ann Jarvis, metodista e atuante em causas sociais, organizou grupos de apoio durante a Guerra da Secessão americana, entre 1861 e 1865. Suas ações buscavam aliviar o sofrimento de famílias divididas pelo conflito que opôs o Norte e o Sul dos Estados Unidos, em meio ao debate sobre o fim da escravidão. Mães de soldados, muitas vezes em lados opostos da guerra, eram acolhidas em encontros que incentivavam a reconciliação.
O que nasceu como um gesto íntimo de saudade transformou-se, com o tempo, numa celebração de alcance global. Mais do que um tributo individual, o Dia das Mães carrega hoje a memória de uma mobilização que começou no luto e floresceu em reconhecimento coletivo.
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