Helen Keller nasceu em 27 de junho de 1880, na pequena Tuscumbia (Alabama), e aos 19 meses perdeu visão e audição após uma doença — possivelmente meningite ou escarlatina. Cresceu isolada num mundo silencioso até os sete anos, quando sua vida mudou de rumo com a chegada de Anne Sullivan, uma jovem professora do Perkins Institute, que ensinou Keller a associar palavras a objetos, começando pelo icônico “água” no famoso poço da casa.
Esse momento inaugural foi só o primeiro passo. Keller aprendeu Braille, a língua de sinais manual, falou por meio da técnica Tadoma e chegou a cursar o Radcliffe College, formando-se cum laude em 1904 — a primeira pessoa surda-cega nos EUA a conquistar um diploma universitário.
A partir daí, sua trajetória se transformou em obra pública: escreveu 12 livros, entre eles The Story of My Life, produziu cerca de 400 ensaios e discursos, lecionou, fez campanha por direitos das pessoas com deficiência e participou da criação da American Civil Liberties Union (ACLU), em 1920.
Engajada em causas sociais, Keller defendeu sufrágio feminino, controle de natalidade, justiça trabalhista e racial — chegou a colaborar com o NAACP e foi monitorada pelo FBI por suas ligações com o Partido Socialista. Em 1915, fundou a Helen Keller International, focada no combate à cegueira e à desnutrição — organização que permanece ativa até hoje.
Reconhecida globalmente, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade em 1964, foi homenageada por presidentes e teve sua história levada à Broadway e ao cinema em The Miracle Worker, vencedor de Oscar e Pulitzer.
Helen Keller morreu em 1º de junho de 1968, deixando um legado que vai muito além da superação individual. Ela mostrou como a educação, a garra e o engajamento podem romper barreiras — e continuam a inspirar movimentos pelos direitos das minorias e pessoas com deficiência no mundo inteiro
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