Crianças brasileiras agora contam com uma proteção ampliada contra meningite. Desde o início de julho, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a oferecer a vacina meningocócica ACWY a partir dos 12 meses de idade, substituindo o reforço que antes cobria apenas o tipo C da bactéria Neisseria meningitidis.
A medida, anunciada pelo Ministério da Saúde, expande a cobertura para quatro sorogrupos (A, C, W e Y), incluindo variantes menos comuns, mas potencialmente letais, como o sorogrupo W — que já registra aumento de casos em estados do Sul e em países vizinhos da América Latina.
A decisão se baseia em dados epidemiológicos e em estudos que apontam mudanças no perfil da doença no Brasil. Com a queda nos casos ligados ao tipo C, atribuída à vacinação em massa nas últimas décadas, outros sorogrupos passaram a ganhar espaço, como o B (ainda fora do calendário público) e o próprio W.
A vacina ACWY é segura, composta por fragmentos bacterianos inativos, e tem poucas reações adversas — geralmente leves e passageiras. A principal contraindicação é alergia comprovada a algum componente da fórmula.
Segundo especialistas, a dificuldade em diagnosticar com precisão o tipo de meningococo continua sendo um entrave. A coleta de amostras adequadas e a análise laboratorial nem sempre são viáveis em todo o território nacional. Mesmo assim, o mapeamento das cepas circulantes tem orientado ajustes nas políticas públicas.
O novo esquema vacinal prevê doses da meningocócica C aos 3 e 5 meses, seguido da ACWY aos 12 meses, além de um reforço entre 11 e 14 anos. Para crianças que perderam a vacinação aos 12 meses, será possível fazer a atualização com a versão mais abrangente.
A meningite meningocócica é uma infecção agressiva e de rápida evolução, que pode causar sequelas neurológicas graves ou levar à morte em poucas horas. A ampliação da vacina representa um passo importante para blindar as crianças contra diferentes formas da doença — e conter possíveis surtos antes que comecem.
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