O Cine Excelsior, patrimônio cultural de Bananeiras, pode estar prestes a renascer. Jornalistas, artistas e intelectuais mobilizam-se para pressionar a Prefeitura pela restauração da histórica sala de cinema, fechada desde 1986. Um abaixo-assinado com quase mil assinaturas será entregue às autoridades locais nesta sexta-feira e apresentado simbolicamente no evento ‘Cinema no Cenário’(14), no sábado(15), após a exibição do filme “Cervejas no Escuro”. Para os entusiastas da causa, a reabertura do espaço não apenas devolverá um equipamento cultural à cidade, mas também resgatará um pedaço vivo da memória coletiva da região.
Inaugurado em 1948, o Cine Excelsior foi ponto de encontro de gerações, funcionando como janela para o mundo em uma época em que o cinema era o principal veículo de entretenimento e formação cultural. Seu acervo transitava entre produções religiosas e sucessos comerciais, compartilhados com a vizinha Solânea. O local chegou a ter projetores modernos nos anos 1960, mas não resistiu ao declínio das salas de exibição no interior. Hoje, sua estrutura ainda existe, mas descaracterizada, sem cadeiras e sem a antiga identidade que o marcou na paisagem urbana de Bananeiras.
A restauração do cinema já conta com um projeto arquitetônico doado, e a pressão popular pode ser decisiva para reverter décadas de abandono. Para Rubem Nóbrega, jornalista e autor da petição, reabrir o Excelsior é reatar laços com a própria história da cidade. O cineasta Bertrand Lira reforça dizendo que “uma cidade ganha, duplamente, não só um equipamento cultural que vai oferecer uma ferramenta de entretenimento e formação de sua população, como também revitalização de um patrimônio arquitetônico que educará sobre parte da história da cidade”. Agora, resta saber se o apelo da população será suficiente para convencer o poder público de que, mais do que um prédio, o Excelsior representa um elo com o passado e uma promessa de futuro.
Por Hermano Araruna
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