Vale Tudo: os bastidores da guerra pela hegemonia na arte e na cultura
Vale Tudo: os bastidores da guerra pela hegemonia na arte e na cultura
Por: Romero Azevêdo
25/06/2025 às 13h40Atualizada em 25/06/2025 às 16h40
Foto: Reprodução
Se a política não é para amadores, imaginem a geopolítica internacional. Esse livro trata das intervenções da CIA (Central Intelligence Agency, criada em 1947 no governo de Harry Truman) no campo das artes e da cultura a partir do fim da segunda guerra mundial. A jornalista e historiadora inglesa Frances Stonor Saunders fez uma pesquisa minuciosa, detalhada que inclui nomes de artistas e intelectuais que foram cooptados pela CIA para produzirem textos e obras de arte alinhados com a doutrina da direita norte-americana, em conflito explícito e direto com a então União Soviética. A CIA injetou milhares de dólares para corromper artistas e intelectuais, inclusive influenciando tendências como é o caso da arte abstrata que surgiu como um contraponto a arte de cunho social. Nomes de peso como Hannah Arendt e George Orwell estão na lista pesquisada por Frances, o livro tem também um capítulo sobre como a CIA conseguiu se infiltrar (e influenciar) no prestigiado PEN Clube. É um documento sério e importante sobre os porões do poder e seus tentáculos estendidos sobre os mais diversos setores da atividade humana. Leitura indispensável para quem se interessa por arte, cultura, política, corrupção e história. “Quem pagou a conta? A CIA na guerra fria da cultura” de Frances Stonor Saunders – Editora Record - Rio de Janeiro - São Paulo, 2008.
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