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Polícia Civil da Paraíba já ouviu 45 pessoas em investigação sobre danos visuais após mutirão oftalmológico em Campina Grande

Polícia Civil da Paraíba já ouviu 45 pessoas em investigação sobre danos visuais após mutirão oftalmológico em Campina Grande

Por: Hermano Araruna
16/07/2025 às 12h05 Atualizada em 16/07/2025 às 15h05
Polícia Civil da Paraíba já ouviu 45 pessoas em investigação sobre danos visuais após mutirão oftalmológico em Campina Grande
Foto: Reprodução

A Polícia Civil da Paraíba (PCPB) já colheu depoimentos de 45 pessoas no inquérito que apura possíveis danos à saúde visual de pacientes atendidos durante um mutirão de cirurgias oftalmológicas promovido no Hospital das Clínicas de Campina Grande, em maio deste ano. A investigação foi aberta logo após o registro do primeiro boletim de ocorrência envolvendo complicações pós-operatórias.

De acordo com a PCPB, as oitivas continuam em andamento, mas enfrentam obstáculos logísticos e humanos. A maioria das vítimas é composta por pessoas idosas, algumas com mobilidade reduzida e residentes em municípios afastados da região metropolitana de Campina Grande, o que tem exigido da equipe de investigação esforços extras para garantir que todos sejam ouvidos em condições adequadas.

O órgão afirmou que, apesar da vulnerabilidade dos envolvidos, não é possível priorizar depoimentos com base em critérios etários, já que quase todos os pacientes afetados são idosos, com direitos iguais de atendimento. A polícia também informou que novas oitivas estão previstas para as próximas semanas.

As autoridades ainda não divulgaram um balanço oficial sobre o número total de pacientes com sequelas ou sobre eventuais responsabilidades criminais. O mutirão foi promovido com o objetivo de atender a uma demanda reprimida por cirurgias de catarata, condição que atinge principalmente pessoas acima dos 60 anos.

A Polícia Civil ressaltou, em nota, seu compromisso com uma apuração técnica e imparcial. Segundo a instituição, o caso está sendo tratado com o mesmo rigor que marca a atuação da corporação em investigações complexas, como homicídios e crimes relacionados a organizações criminosas.

O Hospital das Clínicas, ligado à Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), ainda não se manifestou oficialmente sobre o andamento da apuração interna, tampouco confirmou a extensão dos casos de complicações entre os pacientes operados.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que acompanha o caso e que aguarda a conclusão das investigações para adotar eventuais medidas administrativas. Representantes do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) também acompanham a apuração e não descartam a abertura de sindicâncias para apurar a conduta dos profissionais envolvidos no mutirão.

O caso expõe os riscos associados a ações concentradas de atendimento em massa, sobretudo quando voltadas para populações vulneráveis e em contexto de alta demanda. A investigação segue sob sigilo parcial, mas os desdobramentos podem gerar repercussões tanto na esfera criminal quanto na área da saúde pública.

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