
O artista, curador e cofundador da galeria Choque Cultural, Baixo Ribeiro, lança de forma independente o livro "Supermercado de Arte e os Heróis Marginais". A obra detalha como surgiram movimentos independentes e de artistas marginais, analisando sua evolução fora do sistema do mercado da arte. Também reflete sobre a capacidade que o sistema tem de cooptar até mesmo os representantes mais radicais da contracultura. E termina por apontar caminhos alternativos para a arte independente.
O livro será disponibilizado por meio de financiamento coletivo na plataforma Catarse. A definição da tiragem será feita com base no resultado da campanha.
Baixo traça uma linha do tempo que vai desde o Renascimento às ruas do século XXI, contando a história da arte pelo ponto de vista das bordas do sistema. Parte dos mestres gravuristas que vendiam xilogravuras nas feiras medievais aos tatuadores e artistas urbanos contemporâneos, passa pelos caricaturistas políticos do século XVIII, pelos panfletários do século XIX, pelos muralistas revolucionários e coletivos do século XX.
Ilustrado por Jotapê Pabst, tatuador e artista gráfico, o livro tem 400 páginas e mais de uma centena de ilustrações, todas desenhadas no formato de flashes, com estética e estrutura próprias para serem aplicadas como tatuagens.
A publicação é fruto de um trabalho colaborativo: tem prefácio do jornalista Matthew Shirts, design de Rico Lins, revisão de Alyne Azumi, produção gráfica de Fátima Secches, diagramação de Angela Mendes e coordenação geral de Paula Detoni.
“Supermercado de Arte e os Heróis Marginais é um livro-manifesto pela arte independente, comunitária, colaborativa, que alcança todos os públicos de todas as idades”, conta Baixo Ribeiro.
O lançamento do livro coincide com o crescente movimento de arte marginal na Paraíba, onde artistas locais têm se destacado por suas produções independentes e críticas ao sistema artístico tradicional. Eventos como a Feirinha Parahyba, realizada no Espaço Cultural José Lins do Rego, têm sido palco para a exposição e valorização dessas manifestações culturais alternativas.
Assim, a obra de Baixo Ribeiro não só contribui para a reflexão sobre a arte marginal, mas também dialoga com a cena artística paraibana, fortalecendo a rede de artistas e coletivos que buscam alternativas ao mercado institucionalizado da arte.