
Os Correios registraram um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, superando o déficit de todo o ano anterior, que foi de R$ 2,6 bilhões. Esse resultado reflete uma série de desafios enfrentados pela estatal, incluindo queda nas encomendas internacionais, aumento das despesas e intensificação da concorrência no setor de logística.
Um dos principais fatores para o aumento do prejuízo foi a redução nas encomendas internacionais. A implementação da chamada “taxa das blusinhas” (nome popular dado à nova tributação sobre compras internacionais de até US$ 50, que começou a vigorar em agosto de 2024), exigindo o pagamento de um imposto de importação de 20% sobre esses produtos resultou em uma queda de 62% nesse segmento, com a receita proveniente de marketplaces como Shopee e Shein caindo de R$ 2,1 bilhões em 2024 para R$ 815 milhões em 2025.
As despesas gerais e administrativas também contribuíram significativamente para o rombo. Essas despesas mais do que dobraram, passando de R$ 889,9 milhões no segundo trimestre de 2024 para R$ 2,19 bilhões no mesmo período de 2025. Além disso, as despesas financeiras aumentaram de R$ 3 milhões para R$ 673 milhões.
Atualmente, a estatal detém cerca de 35% do mercado, perdendo espaço para empresas privadas que oferecem serviços mais ágeis e com preços competitivos.
Para enfrentar essa crise financeira, os Correios implementaram um plano de recuperação que inclui corte de custos, criação de novos serviços e um programa de demissão voluntária (PDV) que visa economizar R$ 1,5 bilhão até o final de 2025. Além disso, a estatal lançou o “Mais Correios”, um marketplace que busca competir com gigantes do e-commerce como Shopee, Shein e AliExpress, visando ampliar sua participação no mercado digital.
As medidas adotadas pela estatal serão fundamentais para reverter esse quadro e garantir sua sustentabilidade financeira no futuro.