
A embaixada dos Estados Unidos no Brasil voltou a se posicionar de maneira contundente sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de tentar reverter o resultado das eleições de 2022. Em publicação nas redes sociais nesta terça-feira (9), a representação diplomática alertou o ministro Alexandre de Moraes e demais autoridades envolvidas, afirmando que “continuaremos a tomar as medidas cabíveis” diante de atos que, segundo eles, minam liberdades fundamentais.
O posicionamento não é isolado. Em agosto, a embaixada já havia criticado Moraes como “o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores”, e advertido aliados do ministro sobre possíveis consequências em caso de apoio às suas decisões judiciais. Na ocasião, o Itamaraty convocou o encarregado de negócios estadunidense para prestar esclarecimentos sobre a postura do governo americano.
As declarações recentes surgem justamente no contexto do julgamento da chamada “trama golpista”, retomado em meio a manifestações no 7 de setembro. Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participava da cerimônia oficial na Esplanada dos Ministérios, grupos pediam anistia para os envolvidos em ataques aos Três Poderes. A embaixada tratou a data como um “lembrete” do compromisso dos EUA em apoiar cidadãos brasileiros que defendem liberdade e justiça, provocando forte repercussão nas redes sociais.
Internautas se dividiram: alguns elogiaram a postura americana, enquanto a maioria criticou a ação como uma interferência na política interna e um desafio à soberania brasileira. Especialistas em direito internacional apontam que declarações de representantes estrangeiros podem criar tensão diplomática, ainda que sejam justificadas por preocupações com direitos humanos e padrões democráticos globais.
Até o momento, a assessoria do ministro Alexandre de Moraes não se posicionou oficialmente sobre a publicação mais recente da embaixada. O episódio, contudo, reforça a percepção de que decisões judiciais brasileiras de grande repercussão podem ter impacto além das fronteiras, acendendo o debate sobre autonomia nacional e pressão internacional.
Com Agência Brasil