Uma operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (2) revelou o funcionamento de um esquema criminoso que fraudava concursos públicos em diferentes estados brasileiros, com base operacional na cidade de Patos, no Sertão da Paraíba. A investigação, conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF), aponta que a quadrilha atuava em seleções de alto nível, como concursos da Polícia Federal, Caixa Econômica Federal, Exame da OAB e o Concurso Nacional Unificado (CNU), para cargos como auditor fiscal do trabalho.
A ação resultou no cumprimento de três mandados de prisão preventiva, 12 de busca e apreensão e também medidas de afastamento de candidatos que teriam ingressado no serviço público por meio de fraude.
Conforme o MPF, o grupo criminoso conseguia acessar as provas antes da aplicação, enviando os gabaritos, fotos e até o conteúdo da redação aos candidatos contratantes horas antes da avaliação. Em escutas autorizadas pela Justiça, foram registrados diálogos que revelam negociações para garantir vagas, incluindo valores que chegavam a meio milhão de reais para o cargo de auditor fiscal do trabalho.
Outro método empregado pela quadrilha envolvia o uso de documentos falsificados, permitindo que um integrante mais qualificado da organização realizasse a prova no lugar do verdadeiro candidato. Segundo os investigadores, o esquema era sofisticado, com atuação nacional e envolvimento direto de familiares dos beneficiados.
A operação teve como objetivo não apenas interromper o funcionamento da rede criminosa, mas também proteger a lisura dos concursos públicos, afastando candidatos suspeitos de obterem aprovação de forma ilícita e aprofundando a responsabilização penal dos envolvidos.
Os investigados poderão responder pelos crimes de fraude em concurso público, organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documento público. As investigações continuam e novas fases da operação não estão descartadas.