A morte de Raniel Dantas, de 32 anos, neste sábado (4), gerou uma investigação imediata sobre a possível intoxicação por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. O caso é o primeiro suspeito de intoxicação por metanol na Paraíba e está sendo acompanhado pelas autoridades estaduais. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (SES), o laudo laboratorial que pode confirmar a intoxicação será emitido em até 48 horas, com amostras já enviadas ao Instituto de Polícia Científica (IPC).

Raniel, que havia consumido bebidas alcoólicas nos três dias anteriores à sua internação, foi inicialmente atendido no Hospital Regional de Picuí e posteriormente transferido para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, onde não resistiu após três paradas cardiorrespiratórias. O secretário de Saúde da Paraíba, Ari Reis, confirmou que as amostras coletadas com a presença do IPC estão sendo analisadas para identificar a presença de substâncias relacionadas à intoxicação por metanol.

A investigação não se limita à análise clínica de Raniel, mas também inclui uma série de operações de fiscalização coordenadas pela Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) e a Polícia Civil. As primeiras ações ocorreram em Baraúna, cidade natal da vítima, e se estenderam a Picuí, região próxima. Essas operações visam identificar a distribuição de bebidas potencialmente adulteradas e garantir a segurança da população. A SES reforça a importância de evitar o consumo de bebidas de origem desconhecida, recomendando atenção especial à procedência e à integridade dos lacres dos produtos.

No Brasil, o número de notificações de intoxicação por metanol já alcançou 127 casos, com 11 confirmados em laboratório, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. São Paulo foi o estado que registrou as primeiras mortes relacionadas à ingestão de bebidas adulteradas, com duas vítimas fatais já confirmadas. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a compra de 2.500 doses do antídoto fomepizol, utilizado no tratamento de intoxicação por metanol, adquirido em parceria com a Organização Panamericana de Saúde (OPS). As doses serão importadas do Japão e distribuídas em todo o país para auxiliar no combate à crise.

A SES/PB segue alerta e reitera que qualquer pessoa que apresente sintomas de intoxicação por metanol, como náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e alterações visuais, deve procurar atendimento médico imediato. A orientação também inclui denúncias sobre bebidas suspeitas através dos canais da Agevisa e da Ouvidoria da SES.

Este caso sublinha a gravidade do risco de intoxicação por metanol, que é comumente encontrado em produtos de limpeza e solventes, e não deve ser consumido sob nenhuma circunstância. O metanol é altamente tóxico e pode causar danos irreversíveis, como cegueira e falência múltipla dos órgãos, levando à morte. As autoridades de saúde pública continuam suas investigações e reforçam o alerta para a população.