A 61ª Bienal de Veneza, prevista para inaugurar em 9 de maio de 2026, está no centro de uma crescente controvérsia internacional. Um coletivo global de artistas, curadores e trabalhadores culturais, conhecido como Art Not Genocide Alliance (ANGA), lançou uma carta aberta exigindo a "exclusão imediata e completa" de Israel do evento. O grupo acusa a Bienal de manter um "convite cúmplice" diante do que descrevem como "mais de 700 dias de genocídio e 77 anos de ocupação, apartheid e limpeza étnica".
Essa pressão não é inédita. Em edições anteriores, como a de 2024, artistas como Ruth Patir, representando Israel, tomaram posições semelhantes. Patir chegou a fechar parcialmente sua exposição, intitulada "(M)otherland", em protesto contra a situação em Gaza.
A ANGA argumenta que a participação de Israel na Bienal representa uma forma de normalizar e legitimar políticas que consideram genocidas. O coletivo destaca que eventos culturais não devem ser palco para regimes que violam direitos humanos.
Por outro lado, a Bienal de Veneza, uma das mais prestigiadas exposições de arte contemporânea do mundo, mantém sua postura de incluir todos os países reconhecidos pela Itália. A organização afirma que a arte deve ser um espaço para diálogo e reflexão, mesmo em tempos de tensão política.
Com o evento se aproximando, a tensão entre arte e política continua a crescer. A decisão da ANGA de boicotar a Bienal coloca em evidência o papel da arte como forma de protesto e resistência, desafiando as fronteiras entre expressão cultural e posicionamento político.