As autoridades de saúde da Paraíba estão investigando o terceiro caso suspeito de intoxicação por metanol em menos de três dias. Desta vez, a vítima é um homem de 27 anos, residente em Boqueirão, que deu entrada no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande por volta das 12h desta segunda-feira (6).
De acordo com informações da unidade hospitalar, o paciente chegou com sintomas característicos de intoxicação por metanol, como vômito, dor de cabeça intensa e alterações na visão. Ele relatou ter ingerido bebida alcoólica no domingo (5). O jovem encontra-se internado, orientado e em estado estável, sob observação na Ala Vermelha.
A equipe do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox-PB) já esteve no hospital para coleta de amostras e realização de exames que possam confirmar a presença da substância tóxica.
O caso ocorre após duas outras ocorrências semelhantes registradas no estado:
No sábado (4), um homem de 32 anos morreu em Campina Grande, após apresentar quadro grave de envenenamento por metanol.
No domingo (5), em Patos, no Sertão, outro homem foi internado com sintomas como dor abdominal, visão turva e cefaleia intensa. Ele relatou ter consumido uma bebida identificada como “vodka”, supostamente vinda de Pernambuco.
Todos os casos estão sendo investigados pelas autoridades sanitárias, e as bebidas consumidas pelas vítimas passarão por análise laboratorial.
Em resposta à gravidade da situação, foi criado um grupo de trabalho interinstitucional com a participação da Agevisa, Procon Estadual, Polícia Civil, Ministério da Agricultura (MAPA) e o Ciatox. O objetivo é reforçar a fiscalização de bebidas alcoólicas comercializadas na Paraíba e identificar possíveis lotes contaminados.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) reforça que bebidas de origem duvidosa representam risco real à saúde e à vida, e orienta que, diante de sintomas como náuseas, vômitos, visão embaçada, confusão mental ou dor abdominal, a pessoa procure imediatamente o serviço de saúde mais próximo.
O metanol é uma substância química altamente tóxica, utilizada em aplicações industriais. A ingestão, mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira, falência de órgãos e até a morte. Em bebidas, sua presença é ilegal e pode indicar adulteração criminosa.