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Polícia conclui inquérito e decide não indiciar padre acusado de intolerância religiosa por fala sobre Preta Gil

O caso ganhou repercussão nacional após declarações feitas durante uma missa transmitida ao vivo em julho de 2025

Por: Redação Fonte: ParaíbaON
11/11/2025 às 15h43
Polícia conclui inquérito e decide não indiciar padre acusado de intolerância religiosa por fala sobre Preta Gil

A Polícia Civil da Paraíba concluiu, nesta segunda-feira (10), o inquérito que investigava o padre Danilo César, da Paróquia de Areial, por suposta intolerância religiosa. O caso ganhou repercussão nacional após declarações feitas durante uma missa transmitida ao vivo em julho de 2025.

Após análise de depoimentos e do conteúdo das falas do sacerdote, os investigadores decidiram não indiciá-lo, entendendo que sua conduta não se enquadra nos crimes previstos pela legislação penal.

O episódio ocorreu em 27 de julho, durante uma homilia transmitida pelo canal da Paróquia São José, em Areial. No vídeo, que foi retirado do ar após grande repercussão nas redes sociais, o padre mencionou a morte da cantora Preta Gil, vítima de câncer colorretal nos Estados Unidos, e associou a fé da artista em religiões de matriz afro-indígena à morte e ao sofrimento.

“Eu peço saúde, mas não alcanço saúde, é porque Deus sabe o que faz (…). Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”, disse o sacerdote durante a missa.

As declarações geraram forte reação pública, com entidades religiosas e civis repudiando as falas e pedindo investigação. Em 1º de agosto, a associação que registrou o boletim de ocorrência divulgou nota defendendo a apuração dos fatos, mas repudiando qualquer ato de violência ou represália contra o padre.

Paralelamente, Gilberto Gil ingressou com uma ação por danos morais contra o padre e a Paróquia de Areial, solicitando indenização de R$ 370 mil. A ação alega que as falas configuram intolerância religiosa, racismo religioso, injúria e ultraje religioso, citando ainda a Diocese de Campina Grande por não ter repreendido publicamente o sacerdote.

Apesar do encerramento do inquérito policial sem indiciamento, a ação cível segue em andamento na Justiça, com novas audiências previstas nos próximos meses.

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