
Gerson de Melo Machado, de 19 anos, era conhecido pelo apelido “Vaqueirinho” e morreu na manhã deste domingo (30) após invadir o recinto de uma leoa no zoológico da capital.
Segundo relatos de quem o acompanhava desde a infância, o jovem tinha diagnóstico de Esquizofrenia e passou por diversas instituições de acolhimento social. Ainda criança, foi separado da mãe, que também tinha problemas de saúde mental, e encaminhado ao sistema de assistência social.
Ao longo da vida, acumulou várias passagens pela polícia. Relatos apontam que, na semana anterior ao incidente, ele havia sido preso duas vezes em poucas horas, primeiro por tentar danificar caixas eletrônicos no bairro Mangabeira e depois por arremessar uma pedra contra uma viatura da polícia. Foi liberado na sexta-feira (28), pouco antes da tragédia.
Pessoas que o conheciam afirmam que Gerson nutria um sonho: dizia querer domar leões na África, um desejo que pode indicar sua confusão mental e sua busca por alternativas para uma vida difícil.
“Vaqueirinho” era, conforme relato de uma conselheira tutelar que o acompanhou por anos, resultado de uma história de vulnerabilidade: infância marcada por abandono, dificuldades familiares e problemas de saúde mental. Segundo ela, ele vivia à margem da sociedade e poucas pessoas confiaram nele.
No domingo (30), ao invadir a jaula da leoa, escalando uma parede de mais de seis metros, ultrapassando grades de segurança e usando uma árvore como apoio, ele foi atacado imediatamente pelo animal e não resistiu aos ferimentos.
Após o ocorrido, o parque foi fechado e as autoridades iniciaram investigação para apurar como ele conseguiu violar as barreiras de segurança. A administração do zoológico manifestou pesar pela morte e lamentou a tragédia.