
Na manhã desta quinta-feira (18), a Polícia Federal deflagrou a Operação Hangar Fantasma, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa altamente estruturada, especializada no tráfico interestadual de drogas e na lavagem de dinheiro, que utilizava rotas terrestres e aéreas para o transporte de grandes carregamentos de entorpecentes.
A ação contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público da Paraíba e da Polícia Militar, mobilizando cerca de 150 agentes de segurança para o cumprimento de 63 mandados judiciais, expedidos pela 2ª Vara Regional de Garantias do Tribunal de Justiça da Paraíba. Ao todo, estão sendo cumpridos 31 mandados de busca e apreensão e 30 mandados de prisão, sendo 23 preventivas e 7 temporárias, nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e no Distrito Federal.
As investigações tiveram início a partir da análise de dados de operações anteriores e apontaram que a liderança da organização criminosa comandava as ações de dentro do sistema penitenciário da Paraíba. Segundo a Polícia Federal, o grupo era responsável pela aquisição de aeronaves e pela logística de transporte de grandes quantidades de cocaína provenientes das regiões Norte e Centro-Oeste, com destino ao Nordeste do país.
A organização foi vinculada a três grandes apreensões recentes, que totalizam cerca de uma tonelada de drogas, incluindo dois flagrantes de aeronaves transportando aproximadamente 400 quilos de cocaína cada, ocorridos no estado do Tocantins, além de uma apreensão terrestre registrada na Paraíba.
Durante o inquérito policial, foi identificada uma sofisticada engenharia financeira utilizada para ocultar a origem ilícita dos recursos. Os investigados utilizavam uma rede de interpostas pessoas, conhecidas como “laranjas”, além da criação de empresas de fachada, para movimentar valores milionários e adquirir bens de alto valor, como aviões, veículos de luxo e imóveis. Como forma de descapitalizar a organização criminosa, a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e ativos financeiros dos investigados até o limite de R$ 4,8 bilhões, além do sequestro de diversos bens móveis e imóveis, com o objetivo de impedir o proveito econômico dos crimes e garantir o ressarcimento à sociedade.
Os envolvidos responderão pelos crimes de tráfico interestadual de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Somadas, as penas previstas para esses delitos podem ultrapassar 30 anos de reclusão.
O nome da operação, Hangar Fantasma, faz referência ao modus operandi do grupo, que utilizava empresas fictícias e terceiros para registrar e ocultar a real propriedade das aeronaves e hangares utilizados na logística do tráfico, operando uma frota aérea clandestina e invisível aos mecanismos de controle financeiro.