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Home Arte & Cultura

A Índia, The Beatles e o album branco

by Romero Azevêdo
18 de março de 2025
em Arte & Cultura
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A Índia, The Beatles e o album branco
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O primeiro registro da influência da cultura indiana na música dos Beatles está no disco Rubber Soul, lançado em dezembro de 1965. Na faixa Norwegian Wood, música composta por Lennon/MacCartney, George toca cítara. No ano seguinte, as faixas Im Only Sleeping, Love You To (essa com o acréscimo da percussão com tambores indianos) e Tomorrow Never Knows, do álbum Revolver, trazem de novo os solos de cítara tocados por Harrison.

Em 1967, no álbum Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, uma composição de Harrison, Within You Without You, traz não só uma cítara em primeiro plano como também as tablas retornam fazendo a percussão. A letra também introduz temas ligados à filosofia e espiritualidade hindu, como nestes versos “Try to realise its all within yourself / No one else can make you change” (Tente perceber que está tudo dentro de você / Ninguém mais pode fazer você mudar).

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No começo de 1968, os Beatles, ainda muito abalados com a morte prematura do empresário Brian Epstein (agosto de 1967) decidiram dar um tempo na carreira e foram fazer um curso de meditação na Índia, esse mergulho no autoconhecimento foi guiado pelo Maharishi Mahesh Yogi, em Rishikesh, cidade situada no norte da Índia, fronteira com o Nepal.

Um documentário lançado em 2021, Os Beatles e a Índia, dirigido por Ajoy Bose e Peter Compton, reconstrói toda essa peregrinação do grupo, suas esposas e alguns amigos e amigas, com imagens raras e depoimentos de muitas pessoas que testemunharam in loco a presença de John, George, Ringo, Paul e comitiva nas terras, sagradas para muitos indianos, onde se professa a religião hindu.

Vendo o filme hoje, com o devido distanciamento histórico-temporal, é possível perceber a grande influência direta dessa estadia no trabalho musical do quarteto, notadamente no Álbum Branco, lançado em 22 de novembro do mesmo ano de 68.

Já dando uma pista da influência indireta da cultura indiana sobre os Beatles, o filme nos informa que quando estava grávida de George, a mãe dele, Louise, costumava ouvir música indiana no rádio para “se acalmar”.

A música Across The Universe (lançada posteriormente no álbum Let It Be), feita quando eles tiveram o primeiro contato com o Maharishi Mahesh Yogi em Londres, antes de irem para a Índia, incorpora na letra o mantra Jai Guru Deva, OM (Salve ao nosso divino Guia, Om) OM vem a ser na religião hindu o som que ressoa em todo o universo e ajuda na iluminação daqueles que buscam essa revolução interior através da meditação.

Mas é no Álbum Branco (oficialmente chamado The Beatles) que encontrei mais nitidamente essa presença da espiritualidade hindu. Pode, e deve, haver outras interpretações, mas compreendo assim hoje aquela obra que deu muito o que falar no final dos 60, início dos 70.

Logo de cara a desconcertante capa toda branca, sem fotos ou desenhos, com o nome The Beatles gravado em relevo, reflete o estado do grupo pós permanência na Índia, imersos em práticas de relaxamento e meditação cuja finalidade primordial é esvaziar a mente, tirar todos os pensamentos para que a iluminação, o novo, possa se manifestar. Há uma máxima oriental que diz “meditar é não pensar”, ou seja, deixar a mente serena, em branco. A capa do álbum duplo produzida por um artista do pop art inglês naquele período, Richard Hamilton, reforça esse, vamos dizer assim, estado de espírito da banda, ao trazer na parte de dentro pela primeira vez fotos individuais dos músicos, denotando a viagem interior, única e indivisível, de cada um deles.

Talvez numa dessas reflexões interiores tenha surgido o insight indicando que já estava na hora de acabar o grupo e cada um seguir seu caminho solo.

A aparente dissonância ou irregularidade existente entre as 30 faixas do disco (consta que eles compuseram 50 músicas na Índia) na verdade expressa essa manifestação individual de cada um, que é também um dos objetivos da meditação, melhor, da prática de autoconhecimento que cada um experimentou ao seu modo e em seu nível, naqueles dias passados na Índia a partir de fevereiro de 1968.

As letras e músicas estão carregadas de influências vividas e recebidas naquele período que mudou para sempre a forma de encarar o mundo, e a si mesmos, de cada um dos quatro Beatles.

Ob-la-di, ob-la-da, por exemplo tomou emprestado a sonoridade de um cumprimento de um amigo africano que Paul conheceu certa noite num clube noturno de lá. Quando se encontravam Paul perguntava “How do you do” e o amigo respondia “Ob-la-di-, ob-la-da, Life goes on, brah” (algo como “tudo tranquilo, vida que segue irmão”), esse bordão acabou dando título à música e se tornou seu refrão.

Até a curiosa Bungallow Bill, mostra o filme, foi composta por John Lennon como uma espécie de resposta ou comentário crítico a um episódio que vivenciou por lá.

Dear Prudence fala da irmã da atriz Mia Farrow que também integrava o grupo e preferia ficar horas trancada em seu aposento meditando do que participando das palestras e passeios; a música, feita por Lennon, mas creditada por questões contratuais à dupla Lennon e MacCartney, começa com essa pergunta: “Dear Prudence, won’t you come out to play?” (Querida Prudence, por que não sai pra brincar?).

Para mim, a mais cristalina manifestação das influências do curso/retiro que foram fazer na Índia está na música Revolution, uma resposta de Lennon a setores da esquerda e da política que cobravam um engajamento dos Beatles nas revoltas estudantis que aconteciam nos EUA (contra a guerra do Vietnam) e na França (contra o “sistema”). Os versos “You’d better free your mind instead” (Em vez disso é melhor você libertar sua mente) sintetizam a nova forma de encarar o mundo e as coisas que eles estavam vivenciando, bem diferente da cosmofágica atitude que tinham nos fugazes, aparentemente intermináveis, anos da beatlemania.

A gravação do disco (30 de maio a 14 de outubro de 68) ultrapassou em muito o tempo previsto e atrasou todos os cronogramas estabelecidos pelos burocratas da gravadora EMI, esse “atraso” que no mundo material-comercial significa perda, prejuízo, no mundo interior, do espirito, da alma, é o contrário e significa depuramento, esmero, perfeição: “Happiness Is A Warm Gun”. Sobre essa “demora” nas gravações vale lembrar um episódio: um dia apareceu no estúdio da Abbey Road, em Londres, um grupo de executivos da gravadora. Um deles, muito nervoso, agitado, falando alto, esbravejava que o disco tinha que acabar logo, dizia que os Beatles haviam estourado o orçamento previsto etc etc etc. John Lennon virou-se para o burocrata e disse: “Está maluco? Não sabe que quem carrega nas costas tudo isso aqui somos nós? Te manca”. Rapidamente os acompanhantes aconselharam o agastadiço executivo a calar o bico e dar no pé daquele lugar. Depois disso os Beatles ainda consumiram mais dois meses nas gravações, sem serem mais importunados por ninguém.

É interessante notar que depois de quase dois séculos de domínio colonialista dos ingleses sobre a Índia (1750-1947), um império brutal e opressor como pode ser visto, por exemplo, no filme Gandhi (Richard Attenborough, 1982), a cultura indiana resistiu, sobreviveu e acabou influenciando profundamente os ingleses da banda The Beatles, notadamente o guitarrista George Harrison.

No livro “The Beatles – A História Por Trás De Todas As Canções”, de Steve Turner, tradução de Alyne Azuma (São Paulo: Cosac Naify, 2009) é possível encontrar informações mais detalhadas sobre cada canção do álbum The Beatles, mais conhecido como White Album.

Por: Romero Azevêdo

Tags: Post Destaque
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