Nem branco, nem novidade. A fumaça que escapou da Capela Sistina na tarde desta quarta-feira (7) era preta — e, como manda a tradição, isso significa apenas uma coisa: os cardeais ainda não chegaram a um acordo sobre quem será o próximo papa.
O sinal simbólico surgiu por volta das 16h (horário de Brasília), após a primeira votação do conclave, reunindo 133 cardeais eleitores dentro de um dos espaços mais sagrados e fechados da Igreja Católica. A fumaça escura, gerada pela queima das cédulas com compostos químicos, é uma mensagem clara para os fiéis que se aglomeram na Praça de São Pedro: por ora, nada feito.
A expectativa, de acordo com vaticanistas experientes, era justamente essa. Tradicionalmente, a primeira rodada de votação funciona mais como um termômetro político do que como uma escolha definitiva. Serve para medir apoios, testar nomes, e identificar as forças que dividem (ou unem) o colégio cardinalício — onde convicções doutrinárias, posturas pastorais e até visões geopolíticas entram em jogo.
O conclave será retomado nesta quinta-feira (8), com mais duas rodadas de votação. Se nenhuma delas resultar em um consenso — o eleito precisa obter dois terços dos votos — a fumaça preta voltará a se repetir. Mas basta uma decisão para que os sinos toquem e a fumaça branca sinalize ao mundo: Habemus Papam.
Enquanto isso, fiéis e turistas seguem olhando para o céu — e para a pequena chaminé que, por ora, apenas reforça a velha máxima: na Igreja, tudo tem seu tempo. Inclusive o silêncio.
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