O cantor e compositor Vital Farias partiu nesta quinta-feira (6), aos 82 anos, deixando para trás um repertório que se confunde com a própria história da música nordestina. O cantor e compositor paraibano estava internado no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, na Grande João Pessoa, após sofrer um infarto.
Nascido em Taperoá, no coração do Cariri paraibano, Vital transformou as paisagens áridas de sua terra em poesia e melodia. Nos anos 1970, levou esse talento para o Rio de Janeiro, onde se formou em Música e lançou, em 1978, seu primeiro disco. Foi ali que seu canto começou a atravessar fronteiras, ganhando reconhecimento nacional.
Compositor de canções que marcaram gerações, ele soube narrar o sertão e suas gentes com lirismo, como em suas famosas cantorias. “Ai, Que Saudade D’ocê”, imortalizada na voz de Elba Ramalho, e “Veja”, conhecida pela interpretação de Geraldo Azevedo, são apenas algumas das composições que ajudaram a moldar o cancioneiro popular brasileiro.
Além da música, Vital também buscou espaço na política. Em 2006, lançou-se candidato ao Senado e terminou em terceiro lugar, atrás de Cícero Lucena e Ney Suassuna. Tentou novamente em 2010, mas não conseguiu eleger-se. Sua passagem pela política refletia o mesmo compromisso presente em sua arte: a defesa das raízes nordestinas e das questões sociais que marcaram sua trajetória.
Ao longo da carreira, construiu parcerias com nomes como Xangai, Elomar e Geraldo Azevedo, ampliando o alcance de sua obra. Seu legado não se limita à discografia, mas ecoa nas histórias e afetos que suas músicas despertaram.
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