Mesmo sendo visto como uma das vozes mais influentes da política campinense, o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) resiste à pressão para antecipar decisões sobre composições eleitorais em 2026. Em recente entrevista, ele reforçou que está “focado” em sua reeleição, mas não descarta uma eventual mudança de rota, desde que embasada por critérios que, segundo ele, são essenciais.
Romero evitou se comprometer em torno dos nomes que rondam o bloco liderado pelo grupo Cunha Lima, entre eles, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, e o senador Efraim Filho, mas foi claro ao estabelecer a lógica que deverá guiar sua escolha. A “capacidade de vencer”, a aptidão para aglutinar forças políticas e a “densidade eleitoral” foram conceitos reiterados como balizas determinantes. “Não basta chegar ao pleito; é preciso ter competência administrativa para honrar expectativas”, disse.
Esse discurso soa especialmente prudente diante das disputas internas da oposição. Efraim Filho, por exemplo, minimiza qualquer aliança precipitada com Cícero Lucena e opta por enfatizar o vínculo com o grupo Cunha Lima, ao qual tende mais proximidade política. À sua vez, Bruno Cunha Lima, prefeito de Campina Grande, destaca que já definiu preferência por Pedro Cunha Lima (governo), Efraim (ao governo) e Veneziano (ao Senado), mas ressalta que Cícero pode integrar o diálogo.
Romero também justificou publicamente seu apoio à reeleição do senador Veneziano Vital (MDB) como um ato de “unidade” voltado ao cenário político de Campina. Ele reforça que, embora se assuma como liderança consolidada, pretende construir essa definição em conjunto com o núcleo Cunha Lima.
Na mais recente sondagem eleitoral para Campina Grande, Romero aparece com 30,08% das intenções de voto para deputado federal — patamar que o coloca à frente, o que reforça sua relevância local no tabuleiro partidário.Ainda assim, ele insiste em ponderar que força eleitoral isolada não basta: é preciso sustentar um projeto que una poder de agregar com gestão.
A menos de um ano das convenções, a movimentação política no estado segue intensa. Cícero Lucena declara-se “bem-vindo” à oposição, mas Efraim Filho já projeta uma meta própria ao afirmar que a parceria com os Cunha Lima tem chances mais sólidas. Por outro lado, articulações internas no bloco Cunha Lima indicam que a direção do grupo já aponta para Pedro, Efraim e Veneziano.
Para Romero, porém, o momento é de observar, dialogar e sintetizar esse caldeirão de alianças conforme os critérios que julgar mais eficazes. Ele avisa que só baterá o martelo em 2026 e, quando o fizer, será como um dos condutores da decisão, não como mero coadjuvante.