No último sábado (4), o cantor Toni Garrido causou uma verdadeira divisão entre seus fãs ao alterar a letra de Girassol, clássico da banda Cidade Negra, durante sua participação no programa Altas Horas. O trecho polêmico, originalmente com os versos “Já que pra ser homem tem que ter / a grandeza de um menino, de um menino”, foi alterado por Garrido para “de uma menina, de uma menina”, em uma tentativa de reformular a letra que, segundo ele, reflete uma visão "hétero machista" que considera "horrível" nos tempos atuais.
A mudança, que parecia simples para o cantor, provocou uma onda de reações nas redes sociais. Muitos fãs criticaram a alteração, acusando o cantor de seguir uma “militância errada”, e chegaram até a sugerir de forma irônica que a música passasse a se chamar “Margarida” em vez de Girassol. Por outro lado, alguns apoiaram a inclusão do elemento feminino na música, afirmando que a revisão poderia trazer uma visão mais inclusiva e contemporânea.
A polêmica levantou questões sobre o papel das figuras públicas em revisar e atualizar conteúdos artísticos ao longo do tempo, especialmente quando se trata de músicas de forte carga simbólica. "Girassol", que foi lançada há 25 anos, era um dos maiores sucessos da banda, cuja formação era composta por Toni Garrido e outros membros, ainda não se manifestaram publicamente sobre a mudança no verso.
A discussão também trouxe à tona um debate sobre o que se considera uma “arte atemporal” e a responsabilidade dos artistas de evoluir com os tempos, sem perder a essência de sua criação original.
Enquanto a polêmica se espalha pelas redes sociais, é certo que o episódio colocou Garrido no centro das atenções, dividindo opiniões entre os fãs mais antigos e os mais jovens que veem no movimento de inclusão de gênero uma proposta válida para a atualidade. Resta saber se essa mudança irá refletir, ou não, em uma nova versão da canção.