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CPI do INSS perde força e divide atenção com nova comissão sobre o crime organizado no Senado

A nova comissão surge em meio à repercussão nacional dos confrontos com facções criminosas no Rio de Janeiro e em São Paulo, temas que devem ganhar ainda mais destaque nas eleições de 2026

Por: Redação Fonte: ParaíbaON
04/11/2025 às 07h55
CPI do INSS perde força e divide atenção com nova comissão sobre o crime organizado no Senado

Criada há quase três meses pela oposição, a CPI do INSS enfrenta dificuldades para avançar e agora deverá dividir os holofotes com a nova Comissão Parlamentar do Crime Organizado, que será instalada nesta terça-feira (5) no Senado Federal.

A nova comissão surge em meio à repercussão nacional dos confrontos com facções criminosas no Rio de Janeiro e em São Paulo, temas que devem ganhar ainda mais destaque nas eleições de 2026.

Lançada com a promessa de ser um “rolo compressor” contra o governo Lula, a CPI do INSS acabou se tornando palco de disputas políticas entre governo e oposição. A base governista reagiu expondo ligações da gestão Bolsonaro com figuras suspeitas de envolvimento em um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões, o que reduziu o ímpeto da oposição.

Além disso, menções a aliados de Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) — presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente — deixaram deputados e senadores “pisando em ovos”.

O relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), minimiza o risco de esvaziamento:

“São temas distintos. Ambas as CPIs são importantes para o futuro do país. O essencial é que tenhamos resultados concretos, com responsabilização de envolvidos e proteção legal aos aposentados e pensionistas.”

A maioria governista na CPI tem barrado requerimentos sensíveis ao Palácio do Planalto, como a convocação de Frei Chico, irmão do presidente Lula, rejeitada em 9 de outubro.
As apurações sobre a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares), uma das principais beneficiadas pelos descontos associativos, também estão paralisadas.

O alerta na comissão aumentou depois que uma investigação da Polícia Federal atingiu nomes próximos a Alcolumbre e Hugo Motta. Entre os alvos citados, está Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete de Alcolumbre, apontado em relatório da PF como destinatário de R$ 3 milhões repassados por uma associação ligada a Careca do INSS, suposto líder do esquema.

Já no entorno de Hugo Motta, o nome de Jerônimo Arlindo da Silva Júnior, ex-secretário do gabinete do deputado e atual diretor da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares), também apareceu nas denúncias.

Com o foco político se deslocando para a nova CPI do Crime Organizado, a tendência é que a comissão do INSS perca espaço e visibilidade nas próximas semanas. Enquanto isso, o governo tenta conter danos e evitar que a CPI no Senado reforce o discurso de endurecimento penal defendido pela oposição e por parte do Centrão.

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