
A UFPB conquistou patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) por uma asa de aeronave adaptativa desenvolvida com molas de liga com memória de forma. O invento foi criado por oito pesquisadores dos Departamentos de Engenharia Elétrica e Mecânica da instituição.
A inovação surgiu da necessidade de desenvolver uma asa capaz de se moldar ao impacto do vento, garantindo melhor desempenho e estabilidade no voo. Segundo o professor Cícero Souto, do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR), os modelos tradicionais sofrem deformações estruturais sob pressão, enquanto a nova asa se ajusta automaticamente, reduzindo o arrasto e o consumo de combustível.
O sistema utiliza molas helicoidais de ligas com memória de forma, que funcionam como atuadores térmicos. Quando aquecidas, elas exercem força sobre a estrutura da asa, movimentando-a sem necessidade de motores elétricos, o que reduz peso e aumenta eficiência.
O protótipo, construído em polímero ABS com peças em aço inox, foi testado no Laboratório de Sistemas e Estruturas Ativas (LaSEA) da UFPB, em um túnel de vento que simula condições reais de voo. O modelo tem cerca de 60 centímetros de comprimento e apresentou resultados promissores em estabilidade e sustentação.
De acordo com Souto, a tecnologia pode ser aplicada em diferentes tipos de aeronaves, incluindo drones e veículos aéreos não tripulados (VANTs). Antes de chegar à aviação comercial, a equipe ainda deve realizar novos testes e aperfeiçoamentos.
O pedido de patente foi depositado em maio de 2019 pela Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova), responsável por registrar e proteger criações científicas da universidade, e foi concedido no último mês de outubro.
Inventores:
Angelo Emiliavaca
Cícero da Rocha Souto
Carlos José de Araújo
José Marques Basílio Sobrinho
Augusto Figueiredo Emiliavaca
Maxsuel Ferreira Cunha
Carlos Auberto Nogueira Alencar Gonçalves
Andreas Ries
Mais informações: Professor Cícero Souto (CEAR/UFPB) – cicerosouto@cear.ufpb.br