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Oposição recorre ao STJ para criar CPI sobre Padre Zé; Câmara rejeita pedido de instalação

Desafios para a abertura da investigação são intensificados pela falta de apoio e pela oposição ao governo estadual na Assembleia Legislativa.

Por: Hermano Araruna
01/10/2025 às 16h37
Oposição recorre ao STJ para criar CPI sobre Padre Zé; Câmara rejeita pedido de instalação
Foto: divulgação/alpb

A oposição na Assembleia Legislativa da Paraíba se mobiliza para tentar reverter uma decisão do Tribunal de Justiça (TJ-PB), que em junho rejeitou o pedido para instalar a CPI que investigaria o programa de rádio "Padre Zé". O líder do bloco oposicionista, deputado George Morais (UB), anunciou, nesta manhã, que irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), buscando uma nova análise do caso e a autorização para a criação da comissão parlamentar de inquérito.

O cerne da disputa gira em torno de um mandado de segurança, impetrado pelos parlamentares de oposição, questionando a omissão do presidente da Casa Legislativa, Adriano Galdino, em não deliberar sobre o requerimento para a CPI. A falta de decisão gerou um impasse que, segundo a maioria dos desembargadores do TJ, resultaria na “perda de objeto” do processo, já que o questionamento envolvia o atraso na análise da solicitação.

No entanto, essa não é a primeira vez que a questão é levantada. Durante o processo, o deputado Bosco Carneiro (Rep), um dos signatários do pedido inicial, retirou sua assinatura, o que enfraqueceu a articulação que visava garantir o número mínimo de assinaturas necessárias para a instalação da comissão. Mas a oposição não se deu por vencida. O deputado Walber Virgolino (PL) tentou reverter a situação, apresentando um novo requerimento, não apenas para investigar o "Padre Zé", mas também para incluir na investigação o polêmico programa "Tá na Mesa", do governo estadual.

No entanto, o novo pedido de Virgolino enfrenta uma dificuldade crucial: a falta de apoio suficiente entre os deputados. Apesar das tentativas de movimentar a base, a Assembleia Legislativa da Paraíba permanece, em sua maior parte, alinhada com o governo estadual, dificultando qualquer avanço nas propostas que desafiem a gestão de João Azevêdo. De acordo com fontes políticas, a ausência de adesões ao requerimento de Virgolino reflete o contexto de polarização e alinhamento partidário, onde muitos deputados optam por não contrariar o executivo.

A criação de comissões parlamentares de inquérito é uma das ferramentas mais potentes da Assembleia Legislativa, permitindo a investigação e o acompanhamento detalhado de ações do governo. No entanto, a relação entre o Legislativo e o Executivo da Paraíba tem sido marcada por desafios, com disputas acirradas sobre o controle da pauta política.

A expectativa agora recai sobre o STJ, que será responsável por decidir se o recurso da oposição tem fundamento jurídico suficiente para prosseguir. A batalha jurídica e política está longe de ser resolvida, e a Assembleia deve continuar sendo o centro de um jogo de forças, onde o apoio dos parlamentares será decisivo para o futuro da CPI e da transparência nas ações do governo estadual.

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