22°C 29°C
João Pessoa, PB
Publicidade

Brasileira presa no Camboja é julgada por tráfico de drogas

Caso condenada, ela pode pegar até 20 anos de prisão, conforme as leis do país asiático

Por: Redação Fonte: ParaíbaON
23/10/2025 às 11h46
Brasileira presa no Camboja é julgada por tráfico de drogas

A brasileira Daniela Marys de Oliveira, 35 anos, foi julgada no Camboja na madrugada desta quinta-feira (23) sob acusação de tráfico de drogas, segundo informações da família. A sentença será divulgada em 12 de novembro. Caso condenada, ela pode pegar até 20 anos de prisão, conforme as leis do país asiático.

Natural de Minas Gerais e morando em João Pessoa desde novembro de 2024, Daniela viajou ao Camboja no início de 2025 após aceitar uma proposta de trabalho em telemarketing. A família afirma que ela foi vítima de tráfico humano: teria sido contratada sob falsas promessas e, ao se recusar a participar de golpes pela internet, teve drogas plantadas no local onde estava hospedada.

Segundo a mãe, Myriam Marys, Daniela mantinha contato frequente até fevereiro, quando mensagens começaram a chegar com tom diferente, que depois se descobriu haviam sido enviadas por criminosos. Os golpistas pediram à família US$ 4 000 (aproximadamente R$ 27 mil) sob pretexto de multa contratual. Após a transferência, Daniela ligou para relatar que havia sido presa injustamente.

De acordo com o Protocolo de Palermo, ratificado pelo Brasil em 2004, configura-se tráfico de pessoas qualquer situação em que o consentimento da vítima seja obtido por fraude, coação ou abuso de poder. Mesmo que Daniela tenha aceitado viajar, a exploração subsequente pode caracterizar crime internacional. 

A prisão onde Daniela está detida, a Prisão Provincial de Banteay Meanchey, é conhecida por situações de superlotação e violações de direitos humanos. A mãe informa que a filha divide cela com cerca de 90 mulheres. Organizações como a Anistia Internacional denunciam detenções arbitrárias, tortura e condições insalubres no sistema prisional cambojano. 

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) informou que acompanha o caso por meio da embaixada brasileira no Camboja, prestando assistência consular e fazendo gestões junto ao governo local. Em 2024, o Brasil atendeu 63 brasileiros vítimas de tráfico de pessoas, sendo 41 deles no Sudeste Asiático.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários