
O Partido dos Trabalhadores (PT) está acelerando no Congresso uma estratégia para antecipar a votação da próxima vaga da Tribunal de Contas da União (TCU), com o objetivo de garantir um assento para a sigla antes de o debate se contaminar com a disputa eleitoral de 2026.
A manobra visa assegurar o cumprimento de um acordo firmado quando Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados com apoio do PT, o partido teria direito de indicar um nome para o tribunal em troca desse apoio.
A vaga deverá se abrir em fevereiro de 2026, com a aposentadoria do ministro Aroldo Cedraz. Apesar da data prevista, o PT pressiona pela votação ainda este ano. Segundo a publicação que antecipou o movimento, petistas e aliados do chamado centrão afirmam ter cerca de 270 votos — acima dos 257 necessários para aprovar o nome em turno único e votação secreta.
O indicado da sigla é o deputado Odair Cunha (PT-MG), ex-líder da bancada e um dos articuladores do apoio a Motta na disputa da presidência da Câmara.
Por outro lado, a movimentação gera resistência significativa: partidos como União Brasil e PSD não fizeram parte do acordo com o PT e já manifestam candidaturas próprias. Entre os parlamentares que se movimentam para disputar a vaga estão o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), que argumenta que a projeção de 270 votos para Odair é “faraônica” e que o processo de escolha “não começou de verdade”.
Além disso, há alertas de que o desgaste do governo do Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a insatisfação de parte da Câmara com o Executivo podem complicar a tramitação. Também crescem dúvidas internas sobre o compromisso do presidente da Câmara, Hugo Motta, diante de tensões recentes com lideranças do PT.
Se confirmada a antecipação da votação, o TCU receberia seu novo nome ainda em 2025 — garantindo à sigla representação em um tribunal com poder de fiscalização de contas públicas, contratos e licitações do governo. Para os partidos de oposição e concorrentes internos, a disputa será acirrada, e o impacto político da nomeação está longe de ser apenas institucional.