
O Planalto avalia que há chances de o Senado incluir um dispositivo de anistia no projeto sobre dosimetria das penas, aprovado anteriormente pela Câmara.
Segundo aliados, a Casa não apenas tende a manter a redução das punições como parte dos senadores articula a inserção da anistia para beneficiar apoiadores e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Caso a mudança seja feita, o texto precisará retornar para análise dos deputados, e não haveria tempo hábil para uma nova votação antes do recesso parlamentar, previsto para o fim da próxima semana.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Otto Alencar (PSD-BA), escolheu o oposicionista Esperidião Amin (PP-SC) como relator do PL. Amin, aliado de Bolsonaro há mais de três décadas, declarou ser favorável a um “perdão amplo, geral e irrestrito”, afirmando que as penas aplicadas foram “exorbitantes”. Seu parecer deve ser apresentado na próxima quarta-feira.
Dentro do Senado, interlocutores do governo avaliam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tende a vetar apenas pontos que favoreçam a cúpula da articulação golpista, mantendo o perdão para condenados de menor envolvimento, como a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, conhecida como "Débora do Batom", acusada de pichar a estátua da Justiça em frente ao STF.